sábado, 20 de agosto de 2016

Para quem não gosta de salada, qual é a tua dica para começar a mudar hábitos?

Confere aqui, a dica que eu dei para a jornalista Flávia Noal, da Gaúcha Serra, que fez uma entrevista linda, linda comigo para o blog Geração Saúde, no Clic RBS!
Vem comigo!
Te inspira!
Beijos da Gy


"Chego a pensar em um prato de folhas e ficar com água na boca", conta criadora do Projeto SALADA@

10 de agosto de 2016

Se tu tens o hábito de passar longe das saladas para evitar que qualquer alimento vegetal entre no teu prato, é hora de ler essa entrevista super especial! A Gizely Dall’Agnol, ou Gy, já esteve nesse ‘clube’. Mas isso faz tempo. Ela mudou hábitos e transformou o gosto por comer e criar  saladas em profissão. Hoje, mantém o Projeto SALADA@. Além do blog, a relações públicas ministra cursos em que ensina a fazer diversas receitas na Cozinha da Gy. A entrevista está divertida e cheia de lições para quem quer começar a comer ‘coisas verdes’. Vale a pena ler até o fim.
Geração Saúde: A reeducação alimentar que colocou as saladas de vez na tua vida. Quando foi isso? Que tipo de recomendação tu recebeste da nutricionista que te acompanhava?
Gy: Acho que as saladas é que colocaram a reeducação alimentar de vez na minha vida! Eu escutei, sempre das nutricionistas pelas quais passei, desde criança, que deveria comer saladas. Mas, eu não suportava a ideia de pensar em experimentar. Para mim, comida não podia ser verde. E o resto acabava vindo na carona porque eu não comia coisas cruas. Dá pra imaginar?! Também não consumia nenhum tipo de tempero, até porque não tínhamos acesso ao que (felizmente) temos hoje, tanto em termos de informação quanto em termos de acesso para compra.
Ainda criança, lá pelos 10, 11 anos, fui na primeira nutricionista, porque a minha praia era brigadeiro de panela! Como era mais gordinha, acabava sendo motivo de chacota na escola. E isso era doído. Mas, difícil para uma criança entender que não poderia comer brigadeiro de panela (quase todos os dias).
Depois, veio a adolescência e aí a coisa piorou… Festas de 15 anos, o debut, as primeiras festinhas e os primeiros namoros. Então, minha mãe me levou ao médico e com 14 anos comecei a tomar remédios para emagrecer.
Nessa época, me rendi a um refogado insosso que inventei, e eu fazia na frigideira antiaderente sem um pingo de óleo e nenhum tempero. Colocava apenas tomate, milho, ervilha e palmito. Mais tarde, evolui para brócolis e cenoura também. Talvez tenha sido a primeira salada que criei, mas dessa o pessoal não ia querer a receita.
Aí se sucederam vários anos de efeito sanfona, planos “verão”, briga com o guarda-roupa e comigo mesma, porque todo ano prometia que não ia mais tomar remédios para emagrecer. Eu até fazia já, na época, umas saladinhas. Já comia mais algumas coisas além daquelas que iam no meu refogado. Claro que eram saladas disfarçadas de saudáveis porque, na verdade, carregavam ingredientes não muito saudáveis para disfarçar o sabor dos outros. Mas, quando a coisa apertava (literalmente), corria para o consultório. Isso geralmente acontecia lá por setembro, porque no inverno o casaco esconde, né?! Isso tudo me fez começar a entender que alimentação saudável e exercícios não resolvem se você só fizer isso em setembro e, lá em maio, junho, deixar tudo pra lá.
Isso há cerca de 11 anos e, desde lá, comecei a criar as verdadeiras saladas que mudaram a minha vida! Claro, sempre por orientação das nutricionistas pelas quais passei e, graças a elas, é que conheci e aprendi a trabalhar com uma infinidade de ingredientes que utilizo para incrementar as minhas receitas.
Gy levou anos educando o paladar até poder dizer que, de fato, adora salada – Foto: Divulgação Projeto SALADA@
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Geração Saúde: Tu não gostavas das saladas ou apenas não tinha o hábito de comê-las?
Gy: É uma coisa nossa, do ser humano, dizer que não gosta sem provar, né? Era isso que eu fazia. E ouço de muita gente isso, nos meus cursos. Inclusive, pessoas que vêm aos cursos inspirados pela minha história, buscando um apoio na minha mudança e nas minhas receitas. Até me perguntam como eu consegui. Mas, não é assim como a pílula mágica que eu queria que alguma nutricionista me desse. Não foi do dia para a noite. Foram anos em que fui educando meu paladar e dando condições para que ele mudasse. Foram muitos desafios. Um deles, deixar de ver a salada só como obrigação. E assim eu consegui trazer ela para o almoço também. As redes sociais e os amigos foram importantes nesse momento porque eu compartilhava fotos despretensiosamente e os amigos comentavam coisas do tipo: “Vê se convida!” ou “Abre uma tele-entrega!”. Isso me motivava a continuar! Outro desafio foi o inverno e, graças a isso, hoje criei um curso de saladas para o inverno, com receitas para driblar a vontade de só comer gordices no frio! Fui fazendo descobertas e superando desafios, um a um. Não é do dia para a noite… Precisa, sim, de dedicação e boa vontade.
Geração Saúde: E o que foi preciso para que tu desenvolvesses o gosto pelas saladas?
Gy: Comecei a usar a estratégia de sempre provar uma coisa diferente em meio a outras que eu já comia. E de prová-la pelo menos três vezes até dizer que realmente não gosto. E, quer saber? Não tem nada que eu não goste hoje. Tenho um probleminha com quiabo, mas não posso dizer ainda que não gosto porque só provei 1 vez.
Geração Saúde: O processo de inventar receitas colaborou para adaptar o paladar?
Gy: Com certeza a estratégia de provar uma coisa diferente em meio a outras que eu já comia foi importante para dar uma chance ao paladar. E aí a brincadeira foi ficando mais legal. Eu levava as saladas para jantares com amigos ou preparava quando os recebia para jantar. Aí eu me empenhava em criar receitas mais diferentes do que aquelas minhas do dia a dia e isso tudo colaborou com o processo da reeducação alimentar.
Geração Saúde: Hoje, tu sente falta se fica algum período sem comer saladas?
Gy: Simmm! Sinto muita falta! Eu chego a pensar em um prato de folhas bem fresquinhas e ficar com água na boca. Sem demagogia!
Geração Saúde: Para quem não gosta de salada, qual é a tua dica para começar a mudar hábitos?
Gy: Se permitir experimentar! E os cursos que ministro têm justamente este objetivo. Geralmente, os cursos incluem a degustação de todas as receitas em porções individuais e eu monto prato por prato, pessoalmente, para garantir que a pessoa tenha a oportunidade de experimentar a salada completa como eu a criei. Claro que pode acontecer de uma pessoa realmente não gostar disso ou daquilo, ou de um paladar exigir mais sal do que o outro. Isso é normal e, durante o curso, a gente conversa muito sobre isso. Mas, se permitir experimentar, de coração aberto, é o primeiro passo.
 
A Gy transformou o gosto pela salada em profissão – Foto: Divulgação Projeto SALADA@
Geração Saúde: Atualmente, tu manténs a Cozinha da Gy. Quer dizer que tu transformou teu gosto pela salada em profissão? Como isso aconteceu?

Gy: Bom, eu sou da comunicação, sou relações públicas, e o que é que isso tem a ver, né?!  Hoje o Projeto SALADA@ tem uma missão, que é vender a ideia de que comer salada pode ser legal e prazeroso. E é isso que as minhas receitas tentam fazer. Eu descobri isso sozinha… na marra, como contei! Como as receitas faziam sucesso entre os amigos, eles começaram a me pedir receitas, mas eu não tinha receitas. Fazia da minha cabeça, apenas para aquele dia. E não teria como fazer de novo exatamente a mesma receita (imagina quantas se perderam). Aí criei o blog, despretensiosamente, para atender aos que pediam pelas minhas receitas. Depois, veio a ideia de trazer profissionais para o interior do Rio Grande do Sul para dar cursos de culinária saudável e foi o pulo do gato: as pessoas começaram a me pedir o curso de saladas. Fiz uma turma, fiz 2, fiz 3 e no quarto curso (que ate aí era hobby) vi que poderia fazer isso para o mundo. E então há dois anos virei relações públicas do meu próprio projeto. Digamos que eu seja o criador e a criatura, porque eu crio as receitas e assumo o papel de vender essa ideia seja ao vivo, em áudio ou em vídeo. A Cozinha da Gy, em Veranópolis, é a minha cozinha, o meu laboratório, meu escritório, onde crio receitas e desenvolvo projetos. Achei que era justo eu abrir as portas da minha cozinha para as pessoas. Além disso, estou na Terra da Longevidade (título ostentado por Veranópolis), então achei interessante trazer outros profissionais para ministrar cursos relacionando a gastronomia, a culinária, à saúde e à longevidade. Então, não é uma escola de cursos, mas é a minha cozinha abrindo as portas para as pessoas que querem melhorar a sua alimentação e da sua família. O que mais me realiza é quando uma pessoa me conta que transformei um pouco a vida da sua família com uma receita ou um curso meu.

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